quinta-feira, 24 de maio de 2012

Valorização do dólar beneficia exportadores baianos

O dólar atingiu a marca de R$ 2,00. Mas qual o impacto dessa alta no que é produzido na Bahia e exportado para o mundo? A resposta é dada pelo secretário do Planejamento da Bahia, José Sergio Gabrielli, no programa semanal. O secretário explica que para os exportadores essa elevação do preço do dólar é positiva, pois pelos produtos que são vendidos para o exterior pelo mesmo preço em dólar eles receberão mais em real.
Derivados de petróleo, especialmente óleo combustível, produtos químicos e petroquímicos, papel e celulose, soja e seu derivados, produtos metalúrgicos e algodão e seus subprodutos compõem a lista de itens de exportação da Bahia. Somados eles atingem cerca de 80% de tudo que o estado vende para o resto do mundo. Gabrielli salienta que, com exceção dos automóveis enviados para a Argentina, mas que ainda são poucos em relação ao total de exportações baianas, o que sai do estado pronto para consumo final são vendas relativamente pequenas.
Outra particularidade da Bahia é que, além da pequena variedade de produtos, as empresas exportadoras estão concentradas em poucos Territórios de Identidade. Ou seja, mais de 55% estão sediadas na Região Metropolitana de Salvador e no Recôncavo baiano; 14% no Território da Bacia do Rio Grande; e 16% nos Territórios do Extremo Sul, Costa do Descobrimento e Litoral Sul. Isso quer dizer que 85% das exportações da Bahia são feitas a partir de apenas seis de um total de 27 Territórios de Identidade existentes no estado.
“Os benefícios do aumento do dólar tem poucos impactos no conjunto dos territórios do estado e na diversidade de setores da nossa economia”, explica Gabrielli. Ele destaca que o valor das exportações baianas tem variado nos últimos anos entre US$ 7 bilhões e US$ 11 bilhões, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do estado variou de US$ 55 bilhões a US$ 68 bilhões.
“Portanto, nossas exportações representam menos que 10% do total do valor do PIB da Bahia”, contabiliza o secretário. “É claro que se o real desvaloriza e o dólar sobe a participação das exportações no PIB tende a crescer, já que o restante da economia não tem o mesmo aumento de receita. Porém o crescimento das exportações não significa necessariamente que o governo vai receber mais impostos e que, com isso, poderia transferir mais recursos para outros setores. Ou seja, as exportações não pagam os impostos do estado, portanto não há ganhos para a receita do governo”, acrescenta.
Outra influência nas exportações baianas está relacionada aos países que adqiurem os produtos. Os maiores compradores de derivados de petróleo são a Holanda e as Antilhas Holandesas. Os demais produtos vão para a China, Argentina e diversos países da Ásia e da Europa. Contudo, para que estes países comprem os produtos baianos eles dependem de sua própria situação econômica.
“Se estiverem em crise, o aumento do dólar também ajuda os exportadores baianos a baixarem seus preços e manter a mesma receita em reais, aumentando suas condições de competir lá fora”, analisa Gabrielli.

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