Santos (SP) – Para uma empresa que exporta 90% de sua produção, contar com estabilidade, previsibilidade e qualidade na entrega de suas cargas ao cliente é um importante diferencial competitivo. Foi com este objetivo que a Fibria firmou contrato com a empresa sul-coreana STX Pan Ocean para construção de até 20 navios que vão operar de forma dedicada no transporte da celulose. O segundo navio da frota – o STX Brassiana – foi apresentado em 26 de fevereiro, em solenidade que reuniu na Portocel diretores da Fibria, autoridades do Espírito Santo e convidados.
O presidente da Fibria, Marcelo Castelli, destacou que a iniciativa inaugura um novo modelo de negócios na empresa e é uma oportunidade para dinamizar a economia do Espírito Santo, já que as embarcações poderão operar também com outras cargas. “Além de celulose, podemos transportar café, fertilizantes, rochas ornamentais, produtos siderúrgicos e outras cargas que sejam compatíveis com a celulose”, observou ele.
Projetados sob medida para atender as particularidades da carga da Fibria, cada navio pode levar até 54 mil toneladas de celulose, podendo chegar a 60 mil toneladas com o complemento de outras cargas em seus oito porões. A apresentação do STX Brassiana contou com a presença do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, que destacou a importância do projeto da Fibria para a região de Aracruz, que é dotada da mais completa plataforma logística do Estado, incluindo porto, rodovia, ferrovia e um aeroporto regional.
Casagrande acrescentou ainda que, ao contratar a construção de 20 navios, a Fibria mostra sua confiança nas atividades que desenvolve no Espírito Santo e no Brasil, lembrando que a infraestrutura portuária é um gargalo ao desenvolvimento do país e precisa contar com as iniciativas do setor privado. O prefeito de Aracruz, Marcelo Coelho, também destacou que a iniciativa da Fibria “é um bom exemplo a ser seguido e vai contribuir para dinamizar a economia no município”.
Frota dedicada – O diretor comercial da Fibria, Henry Philippe Van Keer, enfatizou que até o final de 2013 a empresa terá oito navios operando de forma dedicada. Os outros 12 previstos no contrato com a STX entram em operação até o final de 2014. O projeto, conforme destacou ele, representa avanços importantes na competitividade da Fibria, não apenas por contar com maior regularidade no transporte, mas também porque pode diluir os custos do frete marítimo ao transportar cargas de outras empresas.
A superintendente da Portocel, Patricia Dutras Lascosque, enfatizou que o porto, por onde são embarcadas 70% de toda a celulose exportada pelo Brasil, se preparou para operar com a máxima eficiência os novos navios da frota STX. A carga de celulose que pode ser acomodada em cada embarcação equivale a oito dias de produção da Fibria na unidade industrial do Espírito Santo.
Dois dias após o evento, o segundo navio da frota dedicada da Fibria deixou Portocel com destino aos portos asiáticos de Changshu e Kaohsiung, ambos na China. O STX Brassiana seguiu viagem com uma carga de 53.548 toneladas de celulose, estabelecendo um novo recorde – trata-se da maior quantidade de celulose já embarcada em um único navio.
Sustentabilidade – Tanto os navios já em operação, Arborella e Brassiana, como toda a nova frota que está sendo constituída em parceria com a STX atendem a regulamentação da Organização Marítima Mundial (IMO) referente à emissão de gases de efeito estufa para navios construídos a partir de janeiro de 2013.
De acordo com a nova regulamentação, todos os navios que se enquadram na categoria das embarcações da Fibria devem emitir um EEDI (Energy Efficiency Design Index) máximo de 10,07. O EEDI é um índice obtido a partir da divisão do volume de Co2 emitido durante o transporte pela multiplicação entre as milhas navegadas e o total de toneladas de celulose transportado. A frota dedicada da companhia, incluindo os navios em construção, conta com um EEDI que equivale quase à metade do limite estabelecido (5.51 gCo2/ton.milha).
A adoção desta nova frota trará um impacto positivo ao Carbon Footprint da Fibria e reduzirá o escopo 3 (emissões que ocorrem em fontes não controladas pela empresa). Hoje, o transporte marítimo representa 29% das emissões totais da companhia e 77% das emissões do escopo 3.
Detalhes dos navios STX
• 54 mil toneladas de capacidade
• 8 porões quadrados para carga
• 4 guindastes com capacidade para içar 45 toneladas de uma só vez
• Sistema computadorizado que permite posicionar a carga no local exato, diminuindo o tempo de carga e descarga
• Todos os navios serão batizados com nomes de espécies de eucalipto.
• Até o momento dois navios estão em operação (STX Arborella e STX Brassiana)
Sobre a Fibria
Líder mundial na produção de celulose de eucalipto, a Fibria possui capacidade produtiva de 5,25 milhões de toneladas anuais de celulose, com fábricas localizadas em Três Lagoas (MS), Aracruz (ES), Jacareí (SP) e Eunápolis (BA), onde mantém a Veracel em joint venture com a Stora Enso. Em sociedade com a Cenibra, opera o único porto brasileiro especializado em embarque de celulose, Portocel (Aracruz, ES). Com uma operação integralmente baseada em plantios florestais renováveis, a Fibria trabalha com uma base florestal própria de 970 mil hectares em áreas localizadas nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Bahia, dos quais 343 mil são destinados à conservação ambiental. A Fibria mantém cerca de 18.900 trabalhadores, entre empregados diretos e indiretos, e está presente em 254 municípios de sete Estados brasileiros. Com clientes em mais de 40 países, a companhia tem sede em São Paulo e escritórios em Miami (EUA), Nyon (Suíça), Csomád (Hungria) e Hong Kong, e centros de distribuição no Golfo do México, Sudeste e Nordeste dos EUA, Norte da Europa, Mediterrâneo, Costa da China e Sudeste da Ásia. Em outubro de 2012, a Fibria firmou aliança estratégia com a norte-americana Ensyn para investir no segmento de combustíveis renováveis a partir de biomassa.
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