Além de serem mulheres, as principais vítimas, geralmente, estão na faixa etária entre 10 e 29 anos, em situação de vulnerabilidade socioeconômica, com baixa escolaridade e solteiras. Por outro lado, quem alicia, recruta e trafica as vítimas também são, na maioria das vezes, mulheres que se aproximam de forma amigável e com convites promissores.
O Brasil é um dos países campeões no fornecimento de vítimas para o tráfico internacional e se caracteriza como um local de origem, trânsito e destino de pessoas traficadas. O país também é responsável por exportar cerca de 15% das vítimas da América Latina para a Europa. Os principais destinos de vítimas brasileiras são o Suriname, Suíça, Espanha e Holanda.
Dados de um levantamento feito entre maio e setembro de 2012 pela Secretaria Nacional de Justiça em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) revelam que, entre 2005 e 2011, a Polícia Federal (PF) registrou 157 inquéritos por tráfico internacional de pessoas para fins de exploração sexual, enquanto o Poder Judiciário teve 91 processos distribuídos. No total, foram instaurados 514 inquéritos pela PF nesse mesmo período, dos quais 13 se configuravam como tráfico interno e 344 como trabalho escravo.
Um total de 381 suspeitos por tráfico internacional de seres humanos foi indiciado pela PF entre 2005 e 2011, sendo que desse total apenas 158 foram presos. O relatório aponta para a dificuldade em reunir provas do crime, o que resulta na falta de punição. Quanto ao tráfico interno para fins de exploração sexual, o relatório demonstra que 31 pessoas foram indiciadas e 117 presas pela polícia entre 2005 e 2010.
Outra dificuldade apontada pelo documento, que também é reclamada por organizações sociais que atuam no combate a esse tipo de crime, é a falta de registro de informações e dados sobre o tráfico de pessoas, fazendo com que os poucos números registrados sejam imprecisos.
Adital
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