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Em época de Black Blocs, " Vem pra Rua", greves de bancários e profissionais da educação e outros movimentos por aí, chega aos nossos incrédulos ouvidos mais um Refis para salvação de nossos endividados clubes.
A TIMEMANIA , para um bom entendimento, já havia sido criada para esse fim: proporcionar aos clubes de futebol um escalonamento de suas dívidas em tributos federais.
Óbviamente, com as inúmeras gestões irresponsáveis, alguns se afastaram dela, parecendo terem a certeza de que mais uma alternativa seria apresentada para que pudessem continuar suas políticas irreais de gastar mais do que arrecadam.
Recentemente foram presenteados com terrenos e até dinheiro, em âmbito municipal. A sociedade assiste a isso como apenas mais um capítulo de novela, e não como uma grave distorção nos métodos de como se deve gerir o dinheiro público. A paixão pelo futebol encobre esse crime praticado por dirigentes políticos, tirando recursos que deveriam ser melhor empregados, por exemplo, em nossa saúde e educação.
Muitos clubes se apressam em pagar algumas dívidas, sabe por quê? Para poderem obter dinheiro público em forma de patrocínio. Dinheiro meu, seu e de nossas crianças esfomeadas a pedirem ou tirarem nossos suados salários pelas ruas e sinais de trânsito desse país.
O "Refis da Crise" é apenas a síntese de tantas outras artimanhas que são usadas para salvar banqueiros e outros segmentos que criam crises propositais ou por saberem que benefícios como esses logo surgem em tempos de eleição.
Parece bonito o discurso de socorrer instituições centenárias ou empresas de grande importância no cenário econômico brasileiro, porém, todos sabemos, será mais uma institucionalização de um novo calote.
700 bilhões parecem estar nesse montante de refinanciamento. Uma boa parte na conta dos clubes desse país.
Que bom seria se o foco de tanta bondade fosse reverter diretamente esses valores para nossos professores e trabalhadores desse país.
Até quando o megalomanismo que acometeu o governo nessa gastança para uma Copa do Mundo continuará se estendendo aos nossos clubes em estado falimentar?
Até quando continuaremos discutindo se deve-se ou não cobrir o rosto na hora de protestar, se o rosto de quem lesa nosso sofrido povo e nossas instituições está às claras para quem quiser ver?
Isso tem que ter um fim. Afinal de contas, Ora Bolas! Bolas não valem mais que vidas.
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