Atualmente, na Câmara, há duas propostas em análise que tratam do tema: o PL 6170/13, do deputado Silas Câmara (PSD-AM), e o PL 6206/13, do deputado Giovani Cherini (PDT-RS).
Popó: é preciso regulamentar a atividade para aumentar a segurança jurídica. Lúcio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados |
Após um parecer do Ministério da Fazenda que encontrou indícios de pirâmide financeira em uma empresa de marketing multinível e de decisões judiciais que bloquearam as atividades de empresas como a BBom e a Telexfree, milhares de pessoas que participavam desses negócios ficaram sem poder acessar os seus recursos.
Compensação
Em audiência nesta quarta-feira (30) na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, a diretora-executiva da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas, Roberta Kuruzu, disse que o marketing multinível deveria ser apenas uma forma de compensação para o modelo de venda direta, que é praticado há muito tempo no País, principalmente para produtos de perfumaria, higiene e utilidades do lar. Dessa forma, os vendedores receberiam percentuais não apenas sobre as suas ações, mas sobre as vendas de pessoas indicadas por eles para o negócio.
Ocorre que algumas empresas estavam cobrando taxas de adesão dos vendedores e havia remuneração pela simples indicação de novos vendedores; o que, segundo o governo, poderia configurar uma pirâmide, que é considerada crime.
Lúcio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados
Alexandre Boa da Luz defendeu a criação, em lei, de um órgão para fiscalizar o setor.
Eduardo Brito, associado da empresa BBom em Brasília, que vende o serviço de rastreamento veicular, participou do debate e disse que está em uma situação difícil: "A gente trabalha dessa maneira: você indica uma pessoa, ela entra como franqueada, associada à empresa, e a companhia nos repassa sobre a venda direta e sobre a indicação. A minha situação é que o dinheiro que eu ia receber [de R$ 5 mil a 10 mil] está bloqueado, não tem como acessar nada enquanto a Justiça não liberar”.
Exigência
O consultor legislativo da Câmara Milso de Andrade declarou que o projeto em estudo poderá ser reformulado para incorporar exigência já feita nos Estados Unidos para esse tipo de negócio: a de que pelo menos 70% do faturamento tenham vinculação direta com as vendas de produtos ou serviços.
O presidente da Associação Brasileira de Divulgadores de Marketing Multinível, Alexandre Boa da Luz, defendeu a criação, em lei, de um órgão para fiscalizar o setor.
Já o advogado especializado em Direito Eletrônico e Digital Renato Blum citou um projeto de lei colombiano que exige quatro princípios para a regulamentação do marketing multinível: direito dos participantes, presunção de boa-fé, transparência e proteção do público consumidor. O texto ainda veda a atividade para a venda de produtos financeiros, alimentos e outros tipos de bens regulados, como medicamentos.
'Agência Câmara Notícias'
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