A situação da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro continua crítica. Os servidores dos hospitais e cemitérios da instituição estão há cinco meses sem receber salários. Eles também reclamam das condições de trabalho e do não recolhimento de encargos trabalhistas, como Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e INSS. Na próxima segunda-feira (12), os profissionais administrativos farão uma paralisação, durante a manhã, e um novo protesto em frente à sede da entidade, no centro da capital fluminense.
O diretor do Sindicato dos Empregados em Instituições Beneficentes, Religiosas, Filantrópicas e Organizações não Governamentais do Estado do Rio de Janeiro (Sindfilantrópicas), Marcos Flávio de Mendonça, disse que a gestão da Santa Casa alega não ter dinheiro para fazer os pagamentos e melhorias nas unidades que administra.
“Cerca de 200 pessoas já foram demitidas e a única coisa que eles [gestores] mandam é procurar os direitos trabalhistas na Justiça. Virou uma barbárie. O hospital só vai reabrir quando a Vigilância Sanitária der o parecer positivo. A administração do atual provedor Luiz Fernando Mendes faz o que quer. O Dahas Chade Zarur [ex-provedor] foi afastado, mas toda a diretoria ficou”, disse Mendonça.
A instituição vem passando por dificuldades financeiras há alguns anos. Em julho de 2013, a Santa Casa enfrentou denúncias de fraude. O provedor Dahas Chade Zarur foi afastado em agosto do mesmo ano pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. O escândalo contribuiu para a piora na crise da entidade.
Além de administrar o centenário Hospital da Santa Casa da Misericórdia, no centro do Rio, a Santa Casa é responsável pelo Hospital Nossa Senhora do Socorro, no bairro do Caju, zona portuária, pelo Hospital Nossa Senhora das Dores, em Cascadura, e por 13 cemitérios da cidade. Atualmente, a unidade vive de doações.
Procurada pela Agência Brasil, a Santa Casa da Misericórdia reconheceu que passa por dificuldades financeiras e afirmou que se movimenta para pagar parte das dívidas com os funcionários, até o fim da próxima semana. Segundo a instituição, o hospital está sendo reorganizado “na medida do possível”.
C /AGÊNCIA BRASIL
MS
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