Coligação PSD/CDS ganha eleições em Portugal mas perde maioria absoluta

portugaldigital - Passos Coelho está bem posicionado para continuar a ser o primeiro-ministro português.
Lisboa - A coligação Portugal à Frente, que junta os partidos do Governo (PSD e CDS), venceu as eleições legislativas deste domingo em Portugal, com 38,3% dos votos, acima dos 32,4% obtidos pelo Partido Socialista (PS). Mas a vitória não permitirá repetir a maioria absoluta parlamentar com que o PSD e o CDS governaram o país ao longo dos últimos quatro anos.

Mesmo sem maioria absoluta, o PSD e o CDS deverão voltar a formar Governo, se for esse o entendimento do Presidente da República, Cavaco Silva, após os resultados deste domingo.

Com 99% dos resultados apurados, os números do Ministério da Administração Interna (MAI) mostram que o PSD e o CDS asseguraram pelo menos 104 dos 230 assentos parlamentares, enquanto o PS conseguiu 85 deputados. Em comparação com as eleições de 2011, o PSD e o CDS perderam mais de 700 mil votos. O PS ganhou quase 200 mil eleitores.

A terceira força mais votada nas eleições deste domingo foi o Bloco de Esquerda, que conquistou 10,2% dos votos (19 deputados), acima dos 8,2% da CDU (coligação liderada pelo Partido Comunista Português, que ficará com 17 deputados).

A taxa de abstenção foi superior a 43%. Em 2011, quando o atual Governo foi eleito, a abstenção rondou os 41%.

Embora a votação do PSD e CDS não seja suficiente para garantir uma maioria absoluta no Parlamento, os partidos da coligação Portugal à Frente manifestaram este domingo a sua vontade de voltar a governar. O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, e o presidente do CDS, Paulo Portas, assumiram a sua disponibilidade para um Governo de compromissos, dando sinais de possíveis entendimentos com o PS.

O secretário-geral do PS, António Costa, não rejeitou a hipótese de apoiar e viabilizar a coligação PSD/CDS, apesar de durante a campanha eleitoral ter recusado esse cenário. O discurso de António Costa, que assumiu a responsabilidade pela derrota do PS, indicou ainda que o líder socialista não tenciona demitir-se das suas funções.