Membro da Comissão de Educação da Câmara Municipal de Salvador, o vereador Hilton Coelho (PSOL) avalia que o prefeito ACM Neto deve uma resposta sobre a questão da Educação de Jovens e Adultos (EJA). "Aproveitaram as férias dos educadores para fechar escolas, em especial as que oferecem a EJA. A constituição de uma educação básica para jovens e adultos deve ser voltada para a cidadania. Não deve ser avaliada apenas do ponto de vista frio dos números. Deve ser ofertada aos que a buscam garantindo a viabilização de vagas, um ensino de qualidade e professores aptos. É vergonhoso para Salvador ter turmas e escolas sendo fechadas", critica.O vereador lembra que "a função da Secretaria Municipal de Educação de Salvador (Smed) deve ser a de garantir a participação ativa dos estudantes na EJA em processos educativos para as práticas sociais nas quais estejam envolvidos e não se preocupar com o lucro dos empresários do transporte coletivo. Insinuar que as pessoas se matriculam para pagar meia passagem é algo que atenta contra a honra de tantos que querem e buscam o ensino formal. Recebemos denuncias e constatamos ataques ao processo de EJA, professores excedentes sendo devolvidos para assumir vagas de segundo regente e outros. Estamos diante de mais uma insensibilidade e imposição autoritária. Não há diálogo com a categoria e muito menos com os estudantes".
Hilton Coelho acrescenta que a EJA representa uma demanda histórica diante da realidade do analfabetismo. "Ela tem toda uma especificidade e não tem o apoio da Smed como deveria tanto no investimento de recursos quanto na prática de uma ação prioritária. Nos últimos meses, com intensidade no segundo semestre de 2015, a categoria mobilizou-se, reuniões foram feitas, compromissos feitos nessas reuniões por parte da Smed e ao final, mais uma vez, vemos o descumprimento das promessas e acordos feitos. Uma vergonha!", classifica. No retorno do trabalho legislativo no dia 2 de fevereiro, Hilton Coelho solicitará uma ação firme da Câmara Municipal.
"A educação de adultos das classes pobres sempre foi vista pela classe dominante como desnecessária. Temem, na verdade, que a educação crie pessoas questionadoras, insubordinadas, que tenham consciência e lutem por direitos. É uma tremenda falta de respeito uma educadora, um educador, em férias ou não, receber uma ligação telefônica para ser informado que será desligado da escola, por qualquer motivo. A EJA deve ter significação maior, possibilitar uma formação geral do indivíduo, dando a ele o direito de entender e intervir na sociedade na qual está inserido, o direito de tornar-se cidadão. Deve também possibilitar o desenvolvimento de talentos. Como preconizava Paulo Freire, 'esta é uma das funções da educação dirigida a jovens e adultos; ela humaniza'. Na Câmara Municipal tudo faremos para impedir mais este atentado à Educação", finaliza Hilton Coelho.
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