“Entendemos que as operações em curso devem investigar a todos os suspeitos de atos de corrupção, sem exceções e seletividade. Porém, a gravidade dos fatos investigados pela Lava-Jato, não podem justificar a arbitrariedade cometida por agentes estatais. Nesse sentido é importante afirmar que o país não precisa de heróis nacionais, muito menos heróis de toga ou de gravata. Somente o povo e os movimentos sociais organizados serão capazes de dar ao país o rumo correto e tirá-lo da profunda crise política e econômica que se encontra”, afirma Hilton Coelho.
01. Para chegar e permanecer no governo, o PT aderiu ao vale-tudo: caixa 2, alianças com a direita, financiamento de empreiteiras em troca de favores com o estado, estelionato eleitoral, retirada de direitos dos trabalhadores, aplicação da agenda neoliberal, dentre outras práticas dignas de repúdio por toda militância da esquerda.02. Por outro lado, para tirar o PT do governo, a oposição de direita – capitaneada pelo PSDB/DEM – também adere ao vale-tudo. Setores do empresariado que há pouco tempo eram contrários ao impeachment, juntamente com a grande mídia – que também mudou de posição recentemente – e setores do estado (Polícia Federal, Ministério Público e Judiciário), estão atacando frontalmente garantias constitucionais como a presunção de inocência, devido processo legal, sigilos telefônicos, independência do judiciário, ampla defesa e contraditório.
03. O estado brasileiro nunca garantiu a plena cidadania ao povo pobre e aos lutadores sociais. A quebra das garantias legais começa quando a polícia invade as periferias do país com truculência, quando condena e executa a juventude negra (vide o caso do Cabula), quando agride movimentos sociais em luta por mais direitos como os estudantes, professores, mulheres e sem-teto; ou até mesmo quando a população resolve fazer justiça com as próprias mãos. Alia-se a isso o fato do governo aprovar a lei antiterrorismo, que só aumenta a face repressora do estado.
04. A junção de todos esses fatores só contribui para a formação de um estado policialesco e de exceção, onde dele ninguém está a salvo! Nem os cidadãos comuns, nem as autoridades.
05. Devido a interesses escusos e agindo por apelos midiáticos, pretensos candidatos a salvadores da pátria se arvoram a tomar atitudes graves e extremamente condenáveis como conduções coercitivas ilegais, vazamentos seletivos de informações e pedidos de prisão sem os devidos fundamentos.
06. Entendemos que as operações em curso devem investigar a todos os suspeitos de atos de corrupção, sem exceções e seletividade. Porém, a gravidade dos fatos investigados pela Lava-Jato, não podem justificar a arbitrariedade cometida por agentes estatais. Nesse sentido é importante afirmar que o país não precisa de heróis nacionais, muito menos heróis de toga ou de gravata. Somente o povo e os movimentos sociais organizados serão capazes de dar ao país o rumo correto e tirá-lo da profunda crise política e econômica que se encontra.
07. Com base nisso, o PSOL mantém sua firme oposição de esquerda ao governo Dilma e mantém a certeza de que a saída é pela esquerda! O povo organizado deve sair às ruas para lutar por mais direitos e em busca de mais conquistas. Não devemos nos juntar a atos puxados por setores governistas que, por trás do discurso de defesa da democracia, esconde a verdadeira finalidade de defesa de um governo que aplica um ajuste fiscal que repassa toda a conta da crise para a classe trabalhadora.
08. Muito menos devemos nos juntar a atos convocados pela oposição de direita, onde há perseguição e agressão a pessoas que usam camisa vermelha, mas convive-se perfeitamente com quem pede a volta da ditadura, quem faz saudações nazistas e com quem prega o racismo e a intolerância. Tendo em vista estas questões, não nos faremos presentes em atos convocados por governistas e que tenha o objetivo velado de defender o governo, como também de atos que engrosse o coro da oposição de direita.
09. Por outro lado, manifestaremos apoio irrestrito e total solidariedade aos atos convocados por setores dos movimentos sociais que avaliam a gravidade do momento com o ganho de força dos setores da velha direita e entendem a necessidade de defender a democracia. Estaremos nas ruas no dia 1º de abril em atos convocados por diversas entidades de trabalhadores, combatendo as mentiras e golpes sejam do governo ou da oposição de direita, como também reivindicando mais direitos!
10. entendemos ainda como politicamente ruim a nomeação do ex-presidente Lula para o ministério do Governo Dilma. O PSOL sempre defendeu que autoridades investigadas ou que já tenham virado réus em processos, renunciem a seus cargos para se dedicarem às suas defesas, preservando as instituições. Nesse sentido, a nomeação de Lula vai de encontro a tudo aquilo que sempre defendemos.
11. Da mesma forma, enquanto não for comprovado um crime de responsabilidade cometido pela Presidente Dilma, não apoiaremos o seu impeachment. Sem esta comprovação esta será mais uma iniciativa buscada no jogo do vale-tudo.
12. não estamos fadados a escolher entre o ruim e o péssimo. Somos oposição de esquerda ao governo Dilma e contra a oposição de direita!
13. nenhum direito a menos! A saída da crise é pela esquerda! Avançar a resistência negra, indígena, feminista, popular, LGBT e contra todas as formas de opressão.
Salvador (BA) – Capital da Resistência – 17/03/2016.
Mandato da Resistência do vereador Hilton Coelho (PSOL)
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