sexta-feira, 2 de junho de 2017

ISAURA SUÉLEN TUPINIQUIM CRUZ

Encerra-se neste final de semana a temporada de estreia da dança/show/desfile/ritual “Isaura Suélen Tupiniquim Cruz”, um solo de Isaura Tupiniquim com direção de Leonardo França e colaboração de Sheila Ribeiro. As três últimas apresentações são nesta sexta, sábado e domingo (2, 3 e 4 de junho), sempre às 19h, com ingressos a R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). A performance parte do desejo de fazer do próprio nome uma dramaturgia de possíveis variações para além de si, investindo nas contradições de um nome prenhe de muitos brasis. Um estilhaço biográfico para ativar presenças e revelar-se em múltiplas possibilidades.A criação e a montagem resultam do projeto “Como ser guru de si mesma?”, contemplado pelo Edital Setorial de Dança 2016, tendo apoio financeiro do Governo da Bahia, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda, Fundação Cultural do Estado da Bahia e Secretaria de Cultura da Bahia. A pergunta-provocação do projeto busca no nome de batismo da artista uma memória multiétnica coletiva. Antropofagizar o próprio nome, criar uma dramaturgia a partir do nome, entre ficção, biografia e ancestralidade. Uma coreodesfile que ativa no corpo de uma mulher crises de autorrepresentação, construindo outras presenças e corporalidades entre dança, moda e design. Como criar para si uma ética-estética implicada biograficamente, mas que, ao mesmo tempo, esteja aberta ao corpo do outro?
Com essa e outras questões, a artista da dança Isaura Tupiniquim vem se confrontando para seguir com sua pesquisa após a criação da sua trilogia: “Entrada ao preço da razão” (2007), “Fricção” (2011) e “Ópera Nuda” (2014). “Tendo o corpo e a dança como meio para multiplicar-me, entendi também que a pergunta mote do projeto, ‘Como ser guru de si mesma?’, trazia com ela a inevitável presença do outro, e que ser guru de si requer uma autonomia que só é possível no movimento de estar com”, avalia Isaura.
Nesse desejo de autonomia e compartilhamento, ela convidou o diretor e dançarino Leonardo França, para lhe ajudar a estilhaçar seus padrões de movimento e multiplicar olhares sobre si, afirmando um domínio estético e político do corpo. A artista e pesquisadora-doutora Sheila Ribeiro, de São Paulo, colabora com suas pesquisas em dança, moda, design e cidade.
O nome “Isaura Suélen Tupiniquim Cruz” ecoa de modo estratégico as múltiplas tensões e coexistências do país. Um nome como uma cartografia coletiva, vertigem de uma complexidade cultural. Aqui, o interesse em duvidar daquilo que é supostamente próprio ou identitário (o nome, a dança, a moda) se torna uma abertura ao comum: nossa abundância de rastros. Um encontro comum com a multiplicidade de cada pessoa, em cada nome. Por isso, uma dança como show, um show como desfile, um desfile como rito, uma mulher como outros, outras. O desafio se alimenta pela noção de “multivíduo”, do antropólogo italiano Massimo Canevacci, uma das principais referências da obra. Outras inspirações são o pintor e cineasta norte-americano Andy Warhol e o poeta baiano Waly Salomão.


SINOPSE
Um desfile de muitos eus. Um show de autoficções. Uma dança de outros, outras, doutros, doutras num corpo. Ritual de passagens de morte e de vida. Ela, elas, ele, eles nela se multiplicam pela fome de se tornar em tudo, em nada, o início, o fim e o meio. “Isaura Suélen Tupiniquim Cruz” é uma dança/show/desfile/ritual que parte do desejo de fazer do próprio nome uma dramaturgia de possíveis variações para além de si, de investir nas contradições de um nome prenhe de muitos brasis.
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