Após dois dias de julgamento popular, presidido pelo juiz Cláudio Henrique Rendeiro, jurados da 4ª Vara de Belém condenaram na última sexta-feira, 07, Jorge Ricardo de Souza Ferreira, de 34 anos, e absolveram Alessandro Soares Galindo, de 26 anos, ambos taxistas, acusados da morte de Nikolas de Castro Mendes, de 21 anos, soldado da Aeronáutica, e de tentar matar Matteus Gomes Bernardino, de 22 anos, amigo da vítima.
O promotor do júri Alessandro Manuel Pereira sustentou a tese acusatória em relação aos dois réus de serem autores de homicídio qualificado e tentativa de homicídio qualificado, não acolhida pela maioria dos jurados. A promotoria sustentou que ambos concorreram com a morte da vítima. O primeiro, Jorge Ricardo, teria perseguido os jovens no carona do taxi de Alessandro Galindo. Ele se aproximou do carro conduzido pela vítima quando Jorge Ricardo efetuou quatro disparos de arma de fogo na direção do carro de Nikolas.
Atuou em parceria com a promotoria o advogado Luziel Cachiado, habilitado pela família da vítima, que atuou como assistente de acusação. A decisão acolheu integralmente as teses da defesa, de homicídio privilegiado, promovidas pelo advogado Dorivaldo Belém, habilitado por Jorge Ricardo. O defensor público Alex Noronha defendeu Alessandro Galindo.
No total, quatro testemunhas de acusação prestaram declarações. A quinta testemunha presencial seria Matteus Gomes Bernardino, porém, ele foi morto neste ano. A promotoria exibiu a mídia com as declarações prestadas por ele em juízo, na fase da instrução do processo.
A pena aplicada ao réu, de seis anos de reclusão, será cumprida em regime semiaberto, sendo revogada a prisão do réu que foi preso em outro Estado da federação desde o cometimento do crime.
O crime - Consta na peça acusatória que o crime foi cometido no dia 8 de abril de 2017, por volta das 03h, quando Nikolas e seus amigos retornavam de festa em Ananindeua. Eles estavam trafegando pela BR316 e foram batidos por um táxi. O condutor do taxi que causou o acidente não parou e fugiu rumo ao seu ponto de taxi. Os amigos da vítima o convenceram a seguir o taxista Jerbson Coorrea, para cobrar a avaria.
Quando chegaram no ponto dos taxistas, localizado na BR 316, em frente casa de shows Cangalha, o condutor tentou conversar com o taxista, que se enfureceu e passou a gritar pedindo ajuda para os demais colegas. No local, estavam cerca de oito taxistas, que passaram a agredir e travar luta corporal com os jovens. Os jovens resolveram deixar o local, mas ao partirem, perceberam que Italo de Pina Neves, um dos amigos de Nikolas, havia ficado.
Os amigos retornaram e conseguiram resgatar Italo Pina. Ao dar partida, o carro da vítima estancou, ocasião em que o taxi marca Siena, placa 4696, conduzido por Jorge Ricardo, e na carona Alessandro Soares Galindo, baixou o vidro e efetuou disparos de arma de fogo contra os jovens. Após o crime os acusados empreenderam fuga.
A vítima Nikolas foi colocada no assento do carona e levada pelo amigo Matteus Bernardino ao Hospital Metropolitano, mas já chegou morta ao local.
Fonte: Tribunal de Justiça do Estado de Pará
Nenhum comentário:
Postar um comentário