A nossa histĂłria se confunde com o surgimento de novas tecnologias. Da descoberta do fogo Ă internet, muitas pessoas ficam receosas com cada avanço que damos diante do desconhecido, atĂ© entenderem a melhor forma de utilizar essa nova ferramenta. O avanço da InteligĂȘncia Artificial (IA) pode ser a grande inovação da nossa era, assim como foi a eletricidade em outros tempos, mudando nossos hĂĄbitos, trabalho, relacionamentos e empresas. O que mais chama a atenção nessa tecnologia Ă© a rĂĄpida evolução e melhorias que surgem sem necessariamente haver uma intervenção humana. No portuguĂȘs claro e inclusivo, a IA Ă© um sistema que aprende a partir dos dados recebidos. Se vocĂȘ nĂŁo costuma consumir carne, por exemplo, a IA nĂŁo deve lhe apresentar opçÔes de churrascaria.
Ă essa capacidade de aprendizado automatizado que faz com que a IA se desenvolva aceleradamente. Estamos diante de uma tecnologia duplamente desconhecida da maioria das pessoas. E se por um lado nĂŁo sabemos como ela funciona, por outro nĂŁo sabemos qual o seu limite. Em vista disso, diversos lĂderes globais de empresas de tecnologia jĂĄ compartilharam as suas preocupaçÔes sobre o assunto. E isso acontece em um momento raro na nossa histĂłria em que vĂĄrios criadores dessas tecnologias estĂŁo criticando os avanços de suas criaturas. O mais recente movimento nesse sentido reuniu 350 executivos – entre eles o CEO da OpenAI, criadora do ChatGPT – para manifestar as suas preocupaçÔes sobre o avanço da IA no mundo. “Mitigar o risco de extinção pela IA deve ser uma prioridade global ao lado de outros riscos em escala social ampla, como pandemias e guerra nuclear”, afirmou a carta do grupo. Por outro lado, o Brasil estĂĄ entre os quatro paĂses que mais confiam em sistemas de IA, de acordo com o estudo “
Trust in Artificial Intelligence”, da KPMG. Mas antes de qualquer conclusĂŁo sobre o que fazer, Ă© preciso entender como essa nova tecnologia estĂĄ sendo utilizada em algumas empresas. A capacidade de realizar tarefas e processos repetitivos pode ser considerada a primeira manifestação da IA que impactou o mercado. Isso porque os seus mecanismos sĂŁo capazes de indicar ao consumidor produtos e serviços que se encaixam com determinado perfil, alĂ©m de melhorar o atendimento, como no caso dos chatbots, reduzindo o tempo de espera e melhorando a eficiĂȘncia do relacionamento. JĂĄ nos serviços financeiros, a IA pode ser utilizada para analisar dados de transaçÔes identificando possĂveis fraudes ou antecipando produtos financeiros de acordo com o histĂłrico de cada pessoa. AlĂ©m disso, a tecnologia automatiza processos de emprĂ©stimo e crĂ©dito, tornando a decisĂŁo da instituição financeira mais rĂĄpida ao mesmo tempo em que identifica possĂveis riscos de nĂŁo pagamento. Outro setor com relevantes impactos Ă© o da saĂșde. A tecnologia tem grande habilidade em aperfeiçoar diagnĂłsticos e atĂ© antecipar tratamentos. Com muitos dados de diferentes pacientes, o sistema pode fazer correlaçÔes e identificar padrĂ”es de alguma doença de maneira mais rĂĄpida e assertiva. Um banco de dados de radiografias, por exemplo, pode antecipar um tratamento pelo reconhecimento de mudanças mĂnimas entre diferentes imagens.
A InteligĂȘncia Artificial no Brasil - O desenvolvimento da InteligĂȘncia Artificial ainda estĂĄ concentrado nas mĂŁos de poucas empresas, principalmente nos EUA e na China. Empresas como Google, Meta, Microsoft, IBM, Amazon, Alibaba, Tencent e Huawei investem intensamente na tecnologia. NĂŁo Ă toa sĂŁo lĂderes globais. No Brasil, o desenvolvimento de IA ainda Ă© incipiente, mas jĂĄ existem empresas brasileiras promissoras com potencial para colocar nosso PaĂs no ranking acima. Contudo para que isso aconteça, Ă© necessĂĄrio um esforço coordenado do setor pĂșblico e privado para incentivar a pesquisa e o desenvolvimento dessa tecnologia. Um bom exemplo desse trabalho sĂŁo os cursos e iniciativas colaborativas que o Instituto MauĂĄ de Tecnologia (IMT) vem realizando nos Ășltimos anos.
Entre o bem e o mal - Assim como toda tecnologia, a IA precisa de pessoas que utilizam a ferramenta com responsabilidade, sob pena de transferirmos Ă inovação os nossos piores defeitos, como preconceitos, Ăłdios, maus comportamentos e divisĂ”es sociais. Precisamos de uma regulação que garanta transparĂȘncia e fiscalização sem necessariamente impedir o inevitĂĄvel – sua aplicação e aperfeiçoamento – jĂĄ que estamos em um mundo com cada vez mais acesso a conhecimento e informação online. Para que isso funcione em uma economia cada vez mais global em serviços digitais precisamos rapidamente de um esforço internacional que caminhe de maneira coordena entre os paĂses. Caso contrĂĄrio teremos ainda mais desigualdades sociais e econĂŽmicas entre as naçÔes, derivadas do acesso Ă s novas tecnologias.
*Vitor Magnani é Presidente do Movimento Inovação Digital (MID).
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