segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Simões de Assis inaugura nova sede com exposição coletiva

Novo espaço sediado no Jardim Paulista abre com exposição curada por Larry Ossei-Mensah e obras de artistas como Amoako Boafo, Anthony Akinbola, Deborah Roberts, Derrick Adams, Emanoel Araújo, Larissa de Souza, Mestre Didi, Zandile Tshabalala e Zéh Palito. Prestes a completar 40 anos, a galeria Simões de Assis acompanha as transformações do mundo contemporâneo, entendendo que a arte é o contato entre aquilo que foi, é e será, sendo capaz de atravessar todos os tempos. Com olhar voltado à arte moderna e contemporânea, especialmente para a produção latino-americana, a Simões de Assis, dirigida pelas duas gerações da família de nome homônimo à casa, consolida sua atuação em São Paulo com a nova sede, situada no número 2.050 da Alameda Lorena, no Jardim Paulista. Reimaginando o mundo Para marcar a abertura, a galeria inaugura no dia 02 de setembro, a exposição The Speed of Grace, uma coletiva assinada pelo curador e crítico cultural ganês-americano Larry Ossei-Mensah. A mostra reúne colagens, pinturas, esculturas, técnica mista - obras em sua maioria inéditas - dos artistas Amoako Boafo (Gana), Anthony Akinbola (EUA), April Bey (Bahamas), Bony Ramirez (República Dominicana), Deborah Roberts (EUA), Derrick Adams (EUA), Emanoel Araújo (Brasil), Hank Willis Thomas (EUA), Larissa de Souza (Brasil), Ludovic Nkoth (Camarões), Mestre Didi (Brasil), Serge Attukwei Clottey (Gana), Tunji Adeniyi-Jones (Inglaterra), Zandile Tshabalala (África do Sul) e Zéh Palito (Brasil). Em sua essência, The Speed of Grace celebra a audácia dos artistas participantes que utilizam destemidamente suas práticas artísticas como plataformas para desafiar as estruturas de poder existentes, questionar as normas sociais e capacitar as comunidades negras e pardas. A exposição serve não apenas como um discurso intercultural, mas também como um diálogo intergeracional, destacando uma variedade de artistas, desde mestres de seu ofício até artistas emergentes na vanguarda. Ossei-Mensah se esforça para criar uma exposição que pareça um ensopado curatorial, convidando o espectador a refletir sobre como esses artistas que representam comunidades variadas sempre inovaram e estiveram na vanguarda da expansão de nossa compreensão da arte contemporânea. O trabalho que estou exibindo retrata imagens que centralizam a negritude em outro mundo”. Inspirando-se em suas raízes originárias, cada artista traz uma abordagem única para sua produção artística, entrelaçando memória, folclore e história. São obras que buscam ser uma ponte diaspórica para o Brasil, criando uma vibrante tapeçaria de narrativas e descobertas culturais. A pintura The 400 Colors of A Pearl/Los 400 Colores De Una Perla, de Bony Ramirez, é um dos trabalhos que traz a cultura caribenha. “Motivos como as conchas como parte da anatomia da figura realmente enfatizam a conexão com o Caribe e seu fundo colorido. A escultura Siempre En Guardia é um touro abstrato simplificado, que incorpora a estética da arquitetura caribenha, juntamente com meu estilo característico", conta o artista. Ao iniciar conversas, evocar a introspecção e ativar a consciência social do público, o objetivo de The Speed of Grace é transcender os limites de raça, classe e gênero. Estreando em solo brasileiro, Tunji Adeniyi-Jones comenta que “esta é a primeira vez que participo de uma exposição no Brasil e estou muito animado devido aos extensos laços e conexões históricas que o país tem com a África Ocidental". Derrick Adams também comenta: “expor no Brasil significa uma oportunidade empolgante para que um público novo e vibrante se envolva com meu trabalho. Essas peças tratam principalmente de identidade e estou interessado em saber como isso se traduz nesse novo local”. Ciente de que a arte é também aquilo que se produz a partir dos tantos encontros, a Simões de Assis conseguiu, ao longo dessas quase quatro décadas, a articulação necessária para difundir e representar seus artistas no Brasil e no exterior. Dois artistas do núcleo representado, Ayrson Heráclito e Emanoel Araújo, marcam presença na 35ª Bienal de São Paulo, que abre no dia 06 de setembro no Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera. Com o novo espaço aberto em São Paulo, a galeria celebra a consolidação de sua atuação no estado e segue um planejamento de ampliação de suas atividades. “A Simões de Assis nasceu em 1984, em Curitiba, e se especializou na preservação e difusão do espólio de importantes artistas, como Cícero Dias e Niobe Xandó, por exemplo. Ampliamos muito nossa atuação ao longo desse tempo. O novo espaço da Simões de Assis em São Paulo foi projetado pelo Arquea, escritório curitibano. A galeria fica aberta ao público de segunda a sexta, 10h às 19h e sábado, das 10h às 15h.

Nenhum comentário:

Postar um comentário