sábado, 30 de setembro de 2023

O enfrentamento ao crime organizado e as relações sociais

A "modernidade líquida" do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, onde afirma que “Vivemos em tempos líquidos. Nada foi feito para durar”, é capaz de demonstrar que a própria vontade de liberdade individual é um princípio que se opõe diretamente à segurança projetada em torno de uma vida estável, incluindo a segurança pública. É sabido que excesso de ordem, repressão e a regulação do prazer gerou um mal-estar, um sentimento de culpa populacional resultado dos anos ditatoriais. Conforme a democracia vem projetando ao longo dos anos, adaptações nas relações sociais, tudo passou a ser questionável e raso. A conduta humana e a prisão familiar pandêmica reestruturaram toda uma sociedade que "habitava" dentro da "normalidade". Foi a gota d'água que faltava no copo. O transbordo do líquido social e das adversidades que permite a contestação de todo e qualquer direito, permitiu o exílio das facções na Bahia. Desde o início do mês de setembro, que é declarada o confronto entre Grupos Armados e a Polícia Militar da Bahia. Contudo, o que não é percebido pela população, é que o enfrentamento contra as organizações paramilitar é antigo, não é momentâneo. Essa batalha já é traçada em outros locais do país como Rio de Janeiro e a grande São Paulo. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, a Bahia desponta com mais mortes violentas intencionais do país, mas isso não significa que é o único. Atrás da liderança baiana vem Pernambuco, Rio de janeiro e São Paulo. Destes citados, houve um grande aumento nas mortes em São Paulo. Foi noticiado em setembro que uma das maiores facções criminosas do mundo, o PCC chegou aos 30 anos agora em 2023, com cerca de 40 mil criminosos batizados e presente em ao menos 26 países, de acordo com a polícia. Portanto, a crescente não é restrita à Bahia, é inserida num contexto mundial. Ricardo Capelli - Secretário-Executivo do Gabinete de Segurança Institucional do país, afirmou que o "crime organizado não se combate com rosas", mas também não é como a colega jornalista, Flávia Oliveira relatou ser: uma chacina. É óbvio que combater a criminalidade haverá confrontos e, consequentemente mortes. Mas isso não significa que a Bahia é responsável pela migração de facções criminosas de um estado para o outro conforme aconteceu em meio à crise pandêmica mundial. O STF interferiu diretamente nesse combate quando resoluto impôs que somente em "hipóteses absolutamente excepcionais", seriam realizadas operações policiais nas comunidades do Rio de Janeiro.

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