Em 8 de outubro, próximo domingo, é comemorado o Dia Nacional do Nordestino. São Paulo é o estado que mais recebe migrantes vindos do Nordeste. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, em 2015, eram quase 13% da população no estado, e o último Censo de 2010 aponta que pelo menos 2,3 milhões de nordestinos chegaram a São Paulo e que outros 1,8 milhão voltaram para sua terra natal na década passada. Com participação ativa na construção e desenvolvimento da cidade, a população nordestina sofreu e sofre ainda bastante preconceito. Seja por sua aparência física ou sotaque, os nordestinos foram muito discriminados ao longo das décadas. Baseado nesse tema, o grupo Teatro de Garage, da D8 produções, apresenta a peça “Re-Cortes – Uma história de amor nordestina” que conta a história de Maria Bella, José Otávio e Joana, três migrantes nordestinos que encontram em São Paulo de 1980 a esperança de uma vida melhor. Só não contavam encontrar pelo caminho a preconceituosa Catarina, uma viúva que vive dos alugueis que o marido deixou. O texto, escrito pelo próprio elenco, mescla ficção com informações sobre esse período migratório e como os nordestinos eram tratados. “A ideia da peça é valorizar a cultura nordestina, especificamente do nordestino migrante, que veio para São Paulo e enfrentou as dificuldades econômicas e os preconceitos, para fugir da seca, da fome e miséria e ter uma vida mais digna. Também trazer o regionalismo nordestino no contexto urbano sem estereótipos”, conta o diretor Daniel Eugênio. No enredo temos ainda uma história de amor mal resolvida, um crime em investigação e uma homossexual que precisa se esconder da sociedade. Em 1980, ano em que a peça se passa, a homofobia era escancarada e reprimida inclusive por autoridades policiais. A peça fica em cartaz no Teatro Raposo todos os domingos de outubro, às 19h30.
Nenhum comentário:
Postar um comentário