A aquisição de óculos OrCam MyEye 2.0 pela Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) representa um avanço significativo na inclusão de estudantes com deficiência visual. O dispositivo de tecnologia assistiva tem o potencial de revolucionar a experiência acadêmica desses discentes, promovendo maior autonomia, igualdade de oportunidades e acesso ao conhecimento. Em junho deste ano, o reitor da Uesc, Alessandro Fernandes, autorizou o processo de compra de dois óculos, mediante a solicitação feita através do Departamento de Ciências da Educação (DCIE) e do Colegiado do curso de Pedagogia. Duas discentes foram contempladas: Ione de Jesus Pereira, com deficiência visual, cegueira total; e Milena Caroline Sousa de Oliveira, baixa visão, mas, com o laudo de cegueira legal, CID H54.Esses dispositivos permitem que a pessoa com deficiência acesse e compartilhe informações visuais em tempo real, tornando as aulas mais interativas e inclusivas. Com o equipamento, o discente poderá ler textos em Português e Inglês de forma independente. Os óculos contam com uma tecnologia avançada de reconhecimento de faces que, além de auxiliar o usuário a identificar as pessoas ao seu redor, indicam gênero e idade (homem, mulher, moça, criança). Além disso, os dispositivos possibilitam o reconhecimento de cores em objetos, informam a hora, dentre outros. Todos esses recursos facilitam o processo de aprendizado dos estudantes com deficiência e garantem o atendimento educacional especializado, assegurado pela Constituição Federal de 1988 e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9394/96).
O vice-reitor, Mauricio Moreau, a diretora do DCIE, Lívia Andrade Coelho e a Coordenadora do Colegiado do curso de Pedagogia, Viviane Briccia do Nascimento, entregaram o primeiro óculos a discente Ione de Jesus Pereira. Ansiosa e feliz, ela agradeceu aos gestores e prometeu permanecer na Uesc para concorrer ao mestrado e possivelmente ao doutorado. Para o vice-reitor, “a capacidade de ler materiais impressos de forma autônoma, sem depender de outras pessoas, tem um impacto positivo na qualidade de vida dos estudantes com deficiência visual. Isso aumenta sua autoestima, motivação e bem-estar emocional. Contribui, ainda, para uma educação mais inclusiva, elimina barreiras de acesso à informação e permite que os estudantes participem ativamente das aulas, seminários e de outras atividades acadêmicas”.
A Professora Lívia Coelho destacou que a Uesc tem empreendido esforços para atender às demandas dos estudantes com algum tipo de deficiência, com foco especial na inclusão educacional. Ressaltou que no DCIE foram adaptados três computadores para que os estudantes com deficiência possam realizar suas tarefas no laboratório de informática. Acrescentou que esse é um esforço conjunto dos Departamentos, Colegiados e Gestão Superior para que os discentes tenham o seu processo de aprendizagem facilitado, assegurando seu direito ao atendimento educacional especializado.
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