
Duda Salabert ressaltou que as crianças estão cada vez mais expostas a telas, jogos on-line e redes sociais. "O projeto cria parâmetros para campanha de conscientização sobre o bom uso das redes sociais e das telas", disse. O projeto foi inspirado nas campanhas antitabagismo da década de 1980, segundo o autor, deputado Dorinaldo Malafaia. "Agora, com essa epidemia de casos de uso excessivo de telas, de crianças que não têm relações sociais, é fundamental que o Estado tenha uma normatização, e este projeto aponta para isso", declarou.
Propaganda - Em relação aos agentes econômicos, o projeto modifica o Código de Defesa do Consumidor para determinar que a publicidade relativa a jogos eletrônicos, aplicações de internet e dispositivos eletrônicos destinados predominantemente ao consumo de conteúdos audiovisuais deverá conter: classificação etária indicativa e advertência, na forma de frases usadas sequencialmente e de forma simultânea ou rotativa;
informação sobre funcionalidades de controle parental ou de supervisão, se disponíveis para o produto ou serviço.
As frases formatadas pelo órgão federal competente deverão alertar sobre:
riscos potenciais do uso excessivo do produto ou serviço por crianças e adolescentes, sempre que não for destinado exclusivamente a pessoas maiores de 18 anos;
riscos potenciais do uso do produto ou serviço por crianças e adolescentes, sempre que destinado exclusivamente a pessoas maiores de 18 anos.
Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

Dorinaldo Malafaia, autor do projeto de lei
Normas complementares - Por meio de destaque da oposição aprovado em Plenário, os parlamentares retiraram do texto a permissão para que o governo federal pudesse editar normas complementares com requisitos de publicidade específicos em função do segmento de mercado, da faixa etária a que se destinasse, da natureza do suporte ou da mídia, da natureza do produto ou serviço ou em função de outras características.
Descrição e embalagens - Quando disponíveis em lojas virtuais, marketplaces ou ambientes digitais, os aplicativos, jogos eletrônicos e aplicações de internet deverão conter, de forma clara e acessível, as informações sobre os riscos e sobre a disponibilidade de controle parental. Já as embalagens dos dispositivos eletrônicos e dos jogos, exceto aqueles destinados exclusivamente à exportação, deverão conter as frases de advertência sobre riscos. Isso envolve desde smartphones, computadores, tablets e equipamentos similares de tecnologia digital até videogames e jogos eletrônicos. As frases deverão constar ainda em pôsteres, painéis, cartazes, jornais, revistas e demais meios de divulgação física.
Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

Deputados aprovaram o projeto em Plenário nesta quarta-feira
Debate em Plenário
O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) afirmou que a proposta quer estabelecer uma consciência coletiva de uso adequado das telas e redes sociais. Já a deputada Maria do Rosário (PT-RS) destacou que os crimes na internet deixam um rastro de vítimas que não podem ser negligenciadas. Na opinião de deputados da oposição, porém, o projeto busca defender a regulação das redes sociais. "O que chamam de campanha de conscientização nada mais é do que utilizar o dinheiro público para bombardear o cidadão brasileiro, em especial os jovens, com doutrinação ideológica", disse o deputado Marcos Pollon (PL-MS). Essa é a mesma avaliação do deputado Gustavo Gayer (PL-GO). "A estratégia é muito clara, usar de projetos com bandeiras como uso da consciência e responsabilidade, mas é mais um passo à censura", declarou o parlamentar. Em resposta, o deputado Tarcísio Motta (Psol-RJ) afirmou que o texto não traz nada sobre regulação das redes ou de inteligência artificial nem censura. "Todos temos de estar preocupados com o uso excessivo de tela das crianças", defendeu. Para o deputado Dr. Luiz Ovando (PP-MS), quem deve cuidar dos filhos são os pais. "Eles precisam ser instruídos, mas não regulamentados com o governo", afirmou. O deputado Mario Frias (PL-SP) também falou que o Estado não pode substituir a responsabilidade dos pais. A deputada Erika Kokay (PT-DF) ressaltou, no entanto, que a proposta viabiliza às famílias a possibilidade de fazer o controle parental. "Tenhamos as famílias com condições de fazer o controle e assegurar a proteção de seus filhos e filhas", disse. Fonte: Agência Câmara de Notícias
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