A galeria Simões de Assis apresenta, entre 27 de maio e 26 de julho de 2025, a exposição da terra, o que vem…, individual do artista Manfredo de Souzanetto. A mostra reúne 16 obras produzidas entre os anos 1970 e 2025, além de uma instalação de piso e uma vitrine com estudos e pigmentos naturais utilizados pelo artista. A seleção inclui trabalhos centrais das décadas de 1970 e 1980, ao lado de obras realizadas a partir dos anos 2000 e dois trabalhos de 2025. Estão presentes pinturas que articulam formas orgânicas e geométricas em composições que misturam referências à arquitetura e à paisagem. Parte dos trabalhos apresentados tensiona os limites entre pintura e escultura. O próprio artista fabrica os chassis das obras, explorando formatos irregulares e estruturas que conectam diferentes telas por meio de elementos de madeira, como triângulos e retângulos. Em alguns casos, essas estruturas criam formas angulares e geométricas que rompem com a orientação tradicional da pintura, sendo instaladas em posições construídas e não convencionais. Em outras obras, a construção assume contornos circulares e fluídos, com arranjos oblíquos e sinuosos. Desde os anos 1980, Souzanetto emprega pigmentos naturais misturados à resina acrílica. O material é extraído de regiões de Minas Gerais, muitas vezes em minas abandonadas, onde o solo é rico em minerais como óxidos de ferro e alumínio. Além disso, o artista incorpora madeira, pedra e metal em sua produção. A instalação de piso presente na exposição é composta por pedras fundidas em bronze com diferentes tipos de esmaltação. A vitrine exibe estudos preparatórios e amostras dos pigmentos utilizados pelo artista, destacando sua pesquisa contínua sobre os materiais e os processos. Ainda nos anos 1970, Souzanetto realizava obras com telas articuladas por dobradiças, pintadas pelo verso, com imagens formadas pela absorção do pigmento. O interesse pela natureza atravessa toda sua trajetória, desde registros fotográficos de intervenções no ambiente até o uso de materiais extraídos diretamente da terra. A exposição apresenta obras inéditas, incluindo uma produção recente de 2025, e evidencia a diversidade de suportes, técnicas e procedimentos que caracterizam a prática de Manfredo de Souzanetto.
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