O Brasil enfrenta, neste primeiro semestre de 2025, um aumento expressivo nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, o número de internações superou os índices registrados no mesmo período dos últimos cinco anos. O cenário levou diversas prefeituras e governos estaduais a decretarem situação de emergência para tentar conter a disseminação do vírus e evitar o colapso do sistema hospitalar. A SRAG caracteriza-se por um quadro clínico grave, com insuficiência respiratória e necessidade de hospitalização. Entre as principais causas estão vírus como influenza, vírus sincicial respiratório (VSR), rinovírus e, em casos mais severos, o coronavírus. Grupos de risco incluem crianças, idosos e pessoas com comorbidades respiratórias ou imunológicas. Para Patrick Galletti, engenheiro especialista em climatização e CEO do Grupo RETEC, essa situação ressalta ainda mais a urgência da atenção à qualidade do ar em lugares fechados. “Ambientes climatizados de forma inadequada podem facilitar a propagação de microrganismos e agravar os quadros respiratórios. É um fator de risco silencioso, mas que pode ser controlado com o uso correto da tecnologia e com manutenção rigorosa dos equipamentos. Normalmente, recomenda-se a troca de filtros grossos a cada mês, filtros finos entre quatro e seis meses, e filtros absolutos anualmente, mas essa periodicidade pode variar conforme o uso e as condições do ambiente”, alerta. O especialista acredita que o conforto térmico não é apenas uma questão de luxo, mas também de saúde pública. “A renovação do ar, o controle da umidade e sistemas adequados de filtragem podem ajudar a minimizar a concentração de partículas e microrganismos patogênicos no ar, protegendo pessoas em ambientes como hospitais, escritórios e escolas”, aponta.
Climatização inadequada agrava riscos
Um levantamento da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA) indica que até 40% dos problemas em sistemas de climatização poderiam ser evitados com manutenções preventivas. A negligência, como demonstrado no caso do Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), onde a falta de climatização eficiente gerou desconforto extremo e risco de infecções, evidencia a urgência da adoção de boas práticas em climatização. "A má qualidade do ar pode comprometer a recuperação de pacientes e facilitar a propagação de doenças respiratórias graves, como pneumonia e tuberculose. Ambientes hospitalares exigem filtragem rigorosa e monitoramento contínuo da qualidade do ar", reforça Galletti.
Soluções tecnológicas a favor da saúde
A climatização inteligente tem avançado significativamente. Equipamentos com sensores e automação são capazes de ajustar a temperatura conforme a ocupação dos ambientes e até acionar ventilação extra ao detectar aumento de CO₂ ou partículas no ar. Um estudo da revista Millenium apontou que essas tecnologias, integradas à Internet das Coisas (IoT), podem reduzir o consumo energético em até 30%, além de contribuir para a melhoria da qualidade do ar. Outra inovação em alta é o uso de umidificadores de ar para equilibrar a umidade em locais onde o uso contínuo de ar-condicionado resseca o ambiente, gerando desconfortos respiratórios. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda uma umidade relativa entre 50% e 60%, patamar frequentemente abaixo do ideal em ambientes climatizados. "Um ambiente seco facilita o agravamento de alergias respiratórias e aumenta a predisposição a infecções. O uso de umidificadores ou mesmo práticas simples, como bacias de água, podem ajudar a equilibrar essa situação", orienta o executivo do Grupo RETEC.
A importância da manutenção
De acordo com Patrick Galletti, muitos problemas são causados por manutenção inadequada ou inexistente dos sistemas. Filtros sujos, falta de fluido refrigerante e posicionamento incorreto dos equipamentos são falhas que, além de elevar o consumo energético, comprometem diretamente a qualidade do ar e a segurança dos ocupantes. "Manutenção preventiva evita emergências e pode reduzir o consumo de energia em até 30%", destaca Galletti. "É fundamental seguir um cronograma regular de limpeza de filtros, checagem de componentes e ajustes de termostatos". Além do foco em saúde, a climatização sustentável também ganha força. Tecnologias como o Volume de Refrigerante Variável (VRV) podem reduzir em até 70% o consumo energético e em até 90% as emissões de gases de efeito estufa, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). "É preciso integrar eficiência energética e sustentabilidade nos projetos. Hoje, a climatização inteligente permite o controle independente de zonas e uso de energia renovável, como painéis solares, em combinação com sistemas avançados de climatização", conclui.
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