A digestão anaeróbia é um processo biológico sustentável utilizado no tratamento de resíduos orgânicos, que recupera nutrientes, reutiliza água e gera energia renovável (hidrogênio e metano). Dessa forma, reduz a poluição e as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), favorece a economia circular e contribui para as temáticas de mudanças climáticas e descarbonização. O processo é uma alternativa para solucionar um dos principais desafios do agronegócio: a gestão eficiente dos resíduos orgânicos. Por meio da digestão anaeróbia, o material orgânico pode ser convertido em biogás e hidrogênio — fontes renováveis de energia — ou em biofertilizantes de alta qualidade. “Essa abordagem não apenas mitiga impactos ambientais, mas também fortalece a cadeia produtiva do agronegócio, impulsionando a economia circular e garantindo maior segurança energética para o setor”, afirma o presidente do evento, o pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza – CE) Renato Carrhá Leitão. Como explica, na produção agrícola, muitos resíduos são deixados nos campos, enquanto nas indústrias, a destinação mais comum ainda são os aterros sanitários. “Esse cenário resulta em emissões significativas de gases de efeito estufa e na perda do valioso potencial energético contido na biomassa”, diz Renato Carrhá. O professor André Bezerra dos Santos, do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Universidade Federal do Ceará, que também atua como presidente do evento, destaca que a digestão anaeróbia é uma solução estratégica para transformar resíduos em recursos, promover a geração de energia limpa e integrar práticas sustentáveis, contribuindo diretamente para a descarbonização da economia.
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