Empresas que desejam se manter competitivas e inovadoras não podem ignorar o papel central da liderança na construção de uma cultura organizacional forte. A avaliação é de Samuel Modesto, mentor empresarial e fundador do Grupo SM, ecossistema que já impactou mais de 450 empresas em 19 estados do país. “A cultura é o reflexo do que a liderança pratica, estimula e tolera. É o líder quem dita o ritmo do engajamento e da inovação”, afirma. A afirmação encontra respaldo em levantamentos recentes. Segundo estudo da Deloitte, 94% dos executivos e 88% dos funcionários acreditam que uma cultura corporativa saudável é essencial para o sucesso dos negócios no longo prazo. Ainda assim, apenas 19% consideram que suas organizações têm a cultura certa. Para Modesto, o distanciamento entre intenção e prática decorre da falta de protagonismo da liderança na formação de ambientes propícios à criatividade e ao crescimento coletivo. “Liderar vai muito além de cumprir metas. É sobre criar um ambiente onde as pessoas se sintam valorizadas, desafiadas e parte de algo maior. Sem isso, a inovação morre antes mesmo de surgir”, explica o mentor, que também é autor do livro Além dos Números.
Valores e engajamento: uma equação direta
Na prática, quando os líderes vivem os valores organizacionais, o impacto sobre o time é direto. “Os colaboradores não se engajam com o discurso, mas sim com o exemplo”, observa Modesto. Ele destaca que ambientes onde há coerência entre fala e ação têm níveis mais altos de retenção e produtividade. Dados da Gallup apontam que equipes altamente engajadas geram 21% mais lucratividade e são 17% mais produtivas. No Grupo SM, esse modelo é trabalhado em mentorias que integram cultura, estratégia e gestão de pessoas. “Negócios de qualquer porte podem adotar uma liderança intencional que gere cultura. O tamanho da empresa não limita sua capacidade de transformar ambientes”, afirma o especialista. Empresas como Nubank, XP Inc. e Reserva são frequentemente citadas como exemplos de marcas que construíram culturas fortes e escaláveis. A Nubank, por exemplo, cresceu sustentada por pilares culturais que enfatizam autonomia, aprendizado constante e inclusão e foi reconhecida globalmente pelo LinkedIn como uma das melhores empresas para se trabalhar na América Latina.
Para Modesto, o segredo desses cases não está apenas nos benefícios ou nas ações de endomarketing. “O que une essas empresas é a forma como o líder vive o que propõe. Quando os valores saem da parede e entram na rotina, a cultura se enraíza”, analisa.

O líder como catalisador da inovação

A relação entre cultura e inovação também passa diretamente pela atuação do líder. Em contextos empresariais mais tradicionais, há uma resistência à experimentação. Modesto destaca que a criação de ambientes psicologicamente seguros, onde errar faz parte do processo de aprendizado, é uma das funções mais estratégicas da liderança contemporânea. “Sem espaço para tentar e falhar, não existe inovação real. O papel do líder é garantir que esse espaço exista e seja respeitado”, pontua.

Nos eventos promovidos pelo Grupo SM, como o “Código Empresarial” e o “Conexão Empresarial”, Modesto reforça esse papel com conteúdos que unem desenvolvimento humano, gestão e networking para empresários do interior nordestino. “Transformar a cultura empresarial de um negócio começa por transformar a mentalidade de quem lidera”, conclui.