O “sim” que transformou a vida de Daniela Fontoura surgiu em uma segunda-feira comum. O telefone tocou. Em poucos segundos, o coração da psicóloga clínica e hospitalar, de 48 anos, disparou. “Foi uma mistura de dúvida, medo e esperança”, relembra. Depois de anos em tratamento, finalmente havia a possibilidade de um transplante renal.
A cirurgia foi realizada pela equipe do Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba, e durou quatro horas. “Tudo correu melhor do que o esperado. Fiquei 14 dias internada e, desde então, não precisei mais de hemodiálise”, comemora Daniela, transplantada há 1 ano e 9 meses. Recuperada, ela hoje dedica sua atuação profissional ao cuidado integral de pessoas em processo de adoecimento e finitude — uma forma de retribuir, em sua visão, o gesto de solidariedade que recebeu.
A história de Daniela (foto) é uma entre tantas que revelam o impacto da doação de órgãos. Cada “sim” dado por uma família diante da perda de um ente querido representa a chance de vida para até oito pessoas. Essa é a mensagem que guia o Setembro Verde, campanha nacional dedicada à conscientização sobre a importância da doação de órgãos. No Paraná, o movimento ganha contornos ainda mais expressivos. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, o estado apresenta uma taxa de doações 94% superior à média nacional — um destaque que se deve, em parte, ao engajamento de instituições de saúde e à sensibilização da sociedade.
Referência nacional em transplantes
Com atendimento 100% SUS, o Hospital Universitário Cajuru é referência nacional em captação e transplante de órgãos. Em 2024, registrou uma taxa de conversão de doadores efetivos de 76%, considerada uma das mais altas do país. A estrutura dedicada ao acompanhamento de transplantados inclui alas especializadas e uma equipe multiprofissional composta por urologistas, cirurgiões vasculares, nefrologistas e profissionais de enfermagem. “O Cajuru acompanha pacientes, alguns já com mais de 30 anos de transplante renal. Os resultados que alcançamos em sobrevida do paciente e do enxerto são excelentes”, afirma o médico nefrologista Alexandre Bignelli, coordenador do Serviço de Transplante Renal do Hospital Universitário Cajuru.
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