A escritora Natália Nolli Sasso lança seu terceiro livro, vírus do beijo, pelo Selo Libertária, dia 25 de novembro, a partir das 19 horas, na Casa Lúpulo, no bairro da República em São Paulo. Em seguida, de 9 a 11 de dezembro, a autora vai coordenar um laboratório de escritas eróticas na Casa Lovenox, na Sé, centro da cidade. Conhecida por Ninfas do Tietê (primeira edição 2018, segunda edição revisada, 2021) e sexo estranho com desconhecidos em lugares impróprios (primeira edição 2020, selecionada pelo Proac de Poesia 2019), a escritora lança mão, no novo livro, de recursos narrativos que operam entre a poesia, a prosa, o meme, e performance. Ela descreve sua transformação de escritora amadora, que mantinha seus escritos privados e guardados, para uma autora que também assumiu o papel de editora para seus próprios trabalhos desde 2020. Para Natália, cada livro é um projeto, passando por várias revisões, exercícios de leitura coletiva, colaborações de outros artistas e profissionais da escrita, e esforços meticulosos no processo de criação. "Como editora, consigo ter mais autonomia sobre as escolhas estéticas que envolvem o livro, desde a capa, papel, coloração até o fluxo de diagramação do texto e as experimentações que procuro alcançar com a escrita", diz Natália. A autora conta que vírus do beijo é um trabalho híbrido, que radicaliza os limites da prosa e da poesia buscando também estruturas como a dos manifestos, dos memes, da oralidade e da coloquialidade. "É um livro com sotaque de São Paulo. Os anteriores são animais paulistanos, mas este é cria completa de suas ruas, praças, metrôs, linhas de ônibus", sintetiza. A obra, que inicia no Metrô Marechal Deodoro, região localizada no Centro da cidade de São Paulo, propõe um percurso pela Capital, alcançando a Zona Leste e retornando ao Centro, em vai e vem, como trens sobre os trilhos da capital. Seus livros são definidos por ela como literatura erótica com cores feministas e nuances de humor debochado. Ela escreve sempre mantendo a integridade de sua visão artística sobre não seguir tendências de mercado, porque acredita que literatura é um percurso acidentado, que não cabe nas leis de mercado editorial. A autora revela que, apesar das adversidades emocionais causadas pela pandemia e restrições sanitárias, o retorno às festas de rua em São Paulo a inspirou a escrever novamente, voltando ao temas de seus livros anteriores: sexo, São Paulo, relacionamentos e tensões nesta cidade, sexismo, política, vidas e mortes que se entrelaçam em meio aos eventos críticos no Brasil. Segundo Natália, vírus do beijo fecha uma espécie de trilogia não linear com suas duas obras anteriores. Apesar de poderem ser lidos em qualquer ordem, os três títulos são atravessados pela paisagem paulistana, que se torna também um personagem essencial para a criação da autora. Além disso, diversas passagens nas obras também são autoficcionais. "Escrever é uma paixão que me faz limpar os escombros do que de pior e mais doloroso já vivi, e olhar com mais generosidade para a cidade (São Paulo, outra paixão maluca), seus habitantes, desejos e loucuras que pairam por seus espaços, transporte público, ruas, pessoas. A gente é erótico, a cidade é um corpo erótico basta respirar, parar e reparar", conta Natália. vírus do beijo tem o design assinado por Bárbara Gabriela, ilustrações de Deanna Ribeiro e texto de orelha escrito por Sabrina Paixão. Este pequeno grupo de mulheres uniu forças para transformar escritos e desejos em uma obra que busca despertar uma ampla gama de emoções nos leitores. O livro tem trechos que solicitam a interação de quem lê, tentando incitar a atitude ativa e desperta durante a leitura. A distribuição é exclusiva do Selo Libertária, editora independente criada pela autora em 2020. "Seja nos trajetos ordinários que fazemos por ruas, nos itinerários pelo transporte público, nas praças e parques, bares e bibliotecas da cidade, ou nos encontros mais íntimos, a vida pulsa sexo, amor, paixão e morte", continua a autora.
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