segunda-feira, 21 de agosto de 2023
Cabrucas agem como abrigos para mamíferos da região de Ilhéus
O professor e pesquisador do Laboratório de Ecologia Aplicada à Conservação (Leac), do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Santa Cruz (DCB/Uesc), Dr. Ricardo Bovendorp, demonstrou a importância das áreas de cabrucas para a conservação dos mamíferos da região de Ilhéus, no 13º Congresso Internacional de Mamíferos, em que se reúnem autoridades científicas sobre o assunto. Juntamente com discentes do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Biodiversidade (PPGECB/Uesc), o cientista fez um levantamento das espécies de morcegos, roedores (ratos), marsupiais (saruês) e outros mamíferos de médio e grande porte, como a paca, quati, catitu, tatu e gatos do mato. Para isso, usaram câmeras fotográficas para registrar os animais que habitam na cabruca, além de métodos de amostragem para morcegos, roedores e marsupiais. A pesquisa aponta que as cabrucas possuem 72% das espécies de morcegos, 74% das espécies de roedores e marsupiais e 40% das espécies de médios e grande mamíferos que são encontrados em áreas preservadas de Mata Atlântica da região. No entanto, ele alerta para a necessidade de diminuir o uso de defensivos e adubos químicos usados nas cabrucas, “pois a concentração de chumbo e manganês se apresentaram em elevadas concentrações nos morcegos, roedores e marsupiais. O nível destes metais pesados encontrados nos animais estão acima do permitido pela Organização Mundial da Saúde”. O professor alerta quanto as rodovias que cortam essas áreas de cabrucas, já que muitos animais estão sendo mortos pelo atropelamento de veículos. Os participantes do evento quadrienal, que este ano ocorreu no Alasca, Estados Unidos, puderam experimentar o Chocolate Sul da Bahia produzido pelo Centro de Inovação do Cacau (CIC) da Uesc, avaliando-o como um dos melhores já experimentados por eles. O professor enfatizou importância da parceria com os agricultores da região para se produzir um cacau de qualidade, comprometido com o meio ambiente e conservando os animais presentes nas cabrucas. Segundo o professor, tais ações só reforçam que as parcerias e pesquisas desenvolvidas pela Uesc na região de Ilhéus estão ganhando visibilidade e relevância dentro e fora do país. Ricardo finalizou com agradecimentos à Uesc, ao DCB e ao PPGECB pelo apoio para a participação no Congresso, assim como aos fazendeiros parceiros do projeto Economia das Cabrucas e todas as pessoas que contribuíram para a realização do trabalho.
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